27 outubro 2011

SAÚDE EM SALVADOR EM CRISE POLITICA, A COISA TÁ SÉRIA




Secretário corre risco de morte



Depois da série de matérias publicadas aqui, no Bocão News, sobre a crise na Secretaria Municipal da Saúde (SMS), o líder do governo na Câmara Municipal de Salvador, Téo Senna (PTC), chegou a conclusão que o titular da pasta, o vereador licenciado Gilberto José (PDT), deve tomar medidas drásticas para preservar sua integridade física. “Ele está contrariando interesses de diversos grupos políticos e econômicos. Se a secretaria opera em déficit desde 2006, por que não havia tanta pressão assim antes quando os gestores eram do PT? Gilberto questionou o Encontro de Contas assinado na gestão de José Carlos Trindade, que soma mais de R$ 80 milhões. Também cobrou a prestação de contas que tem sido negligenciada pelo governo quanto aos repasses para o Fundo Estadual. Além disso, expos a situação para o Ministério da Saúde. Acho que são motivos mais do que suficientes para que ele peça segurança de vida às autoridades”. Leia tudo clicando  em mais informações abaixo: 


Por outro lado, o vereador Jorge Jambeiro (PP) se disse muito preocupado com a interferência do estado na gestão plena da saúde no município. “O secretário Jorge Solla tem sido muito cruel com Salvador. Me parece até que é uma questão pessoal contra o secretário Gilberto José. Não adianta nada ser um técnico renomado, ter vontade de colaborar e fazer a coisa certa se você só recebe bomba. A cidade foi abandonada pelo governo Wagner”.


“Sinuca de bico” - Por conta da situação quase que insustentável, especula-se nos bastidores do poder que Gilberto José está prestes a entregar o cargo. E mais: fala-se numa operação do próprio Thomé de Souza para que ele tenha a imagem desgastada junto à opinião pública. Pior ainda: a articulação política da prefeitura já teria escolhido até mesmo uma substituta. Nada mais, nada menos do que a subsecretária Tatiana Paraíso.

O vereador Odiosvaldo Vigas (PDT) garante que o correligionário não tem intenção de deixar a administração João Henrique. “De fato, há falta de diálogo entre governo e município. Do jeito que as coisas estão, está configurada a quebra da gestão plena. Falta também um aporte maior para a rede do Sistema Único de Saúde (SUS). Gilberto tem mostrado todas essas deficiências, o que causa certo desconforto em muitas pessoas. Mas, ele não nos comunicou o interesse de deixar a secretaria”.

Na avaliação de Jambeiro, o titular da SMS está numa “sinuca de bico”. “Nesses termos, ficar é ruim e sair é ainda pior”.

O vereador David Rios (PSD), que é médico, teme que questões de natureza política inviabilizem o atendimento à população. “Não sei até que ponto tudo isso é verdade. Mas, quando se trata de saúde, qualquer outro interesse deve ser deixado de lado. Hoje, o teto do SUS é subfinanciado. Salvador pode entrar em colapso se não houver uma nova pactuação, já que atendemos a Região Metropolitana e cidades do interior em diversas especialidades e não recebemos nada por isso”.



Caminho da roça - Em meio aos rumores, quem está numa situação delicada é o vereador Cristóvão Ferreira, que recentemente trocou o PDT pelo PP. Ele só assumiu a cadeira na Câmara porque foi o 1º suplente do antigo partido na última eleição municipal. Se Gilberto José se afastar da SMS, assume novamente o mandato no Legislativo. Nem mesmo essa possibilidade tirou o bom humor de Cristovinho, como é conhecido o novo progressista. “Sei que a saúde é uma pasta complicada. Mas, Gilberto é meu amigo e não me disse nada sobre deixar o governo. Não posso amarrar correntes nos pés e me segurar na cadeira, né. Se ele voltar, vou tomar o caminho da roça e ficar lá tirando leite de vaca”. 

Independente do momento de descontração, a sugestão do líder Téo Senna é algo que precisa ser avaliado com bastante atenção. Ainda existem diversas dúvidas sobre os motivos que levaram à execução de Neylton Souto da Silveira, funcionário da SMS morto em 2007 dentro das instalações do órgão, no bairro Comércio. Mas, o senso comum sugere que ele perdeu a vida porque tentou contrariar interesses de “peixes grandes” que operavam dentro da estrutura de saúde do município. 

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Fonte e Fotos: Roberto Viana/Bocão New

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