07 setembro 2014

Homem-bomba detona mais um escândalo sobre mega esquema de lavagem de dinheiro

Uma das peças centrais de suposto esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, Paulo Roberto Costa foi preso em março pela Polícia Federal

Uma das peças centrais de suposto esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, Paulo Roberto Costa foi preso em março pela Polícia Federal (DANIEL CASTELLANO/AGÊNCIA DE NOTíCIAS GAZETA DO POVO/ESTADãO CONTEúDO)
Uma das peças centrais de suposto esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, Paulo Roberto Costa foi preso em março pela Polícia Federal
Brasília – Homem-bomba da Petrobras, o ex-diretor de abastecimento e refino da estatal Paulo Roberto Costa começou a revelar nomes de supostos envolvidos no mega esquema de lavagem de dinheiro que movimentou cerca de R$ 10 bilhões, segundo a Polícia Federal. Em depoimentos prestados aos procuradores do Ministério Público Federal de Curitiba e a policiais desde 29 de agosto, quando assinou um acordo da delação premiada, Costa citou a participação de pelo menos 61 parlamentares — 49 deputados e 12 senadores —, seis governadores e um ministro que estariam no esquema.

Informações da Polícia Federal revelam que Paulo Roberto começou a apresentar nomes de políticos após prestar depoimentos considerados insatisfatórios pelos investigadores no início desta semana. As citações reveladas pelo delator no interrogatório são gravadas em vídeos que servem de base para a polícia avançar na apuração da Operação Lava-Jato, deflagrada em 17 de março, que prendeu o doleiro Alberto Youssef e outras 13 pessoas. No depoimento, Paulo Roberto contou que políticos receberiam 3% de comissão sobre o valor de cada contrato da Petrobras firmado durante a gestão do ex-diretor à frente da área de abastecimento e refino da estatal.

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Esquema de doleiro movimentou R$ 10 bi
O número de políticos envolvidos no esquema ainda deve aumentar até o final dos depoimentos do delator. O jornal Estado de S.Paulo revelou ontem que Paulo Roberto Costa mencionou o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), como um dos beneficiários das propinas. Segundo o jornal, um dos negócios mencionados envolvendo Renan é um acerto com o doleiro para que o Postalis comprasse R$ 50 milhões emitidos da Marsans Viagens e Turismo, que tinha Alberto Youssef como um dos investidores. Renan e Youssef teriam se encontrado em Brasília para acertar a comissão do PMDB no esquema dias antes da operação ser deflagrada.

Além do PMDB, o PT, o PP, o PTB e o PR são mencionados como envolvidos na lavagem de dinheiro. Esta não é a primeira vez que as legendas aparem nas investigações da Polícia Federal. Logo após deflagrada a Lava-Jato, as investigações revelaram o envolvimento dos deputados federais André Vargas (sem partido-PR) , Luiz Argôlo (SDD-BA), Mário Negromonte (PP-BA), Aline Corrêa (PP-SP), Arthur Lira (PP-AL), João Pizzolati (PP-SC) e Nelson Meurer (PP-PR) com o doleiro. O ex-deputado federal Pedro Corrêa (PP-PE) também já foi citado nas investigações como participante do esquema.

CHEQUES
O senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) também chegou a ter o nome mencionado por ter recebido oito cheques do doleiro no valor R$ 50 mil. A existência dos comprovantes bancários fez Collor ser alvo de investigação no Supremo Tribunal Federal. Até mesmo o tesoureiro do PT, João Vaccari, apareceu na delação. As revelações do ex-diretor dão conta da formação de um cartel para desviar recursos. “Todo dia tinha político batendo na minha porta”, afirmou Costa, segundo consta nos autos. Além dele, o doleiro Alberto Youssef também vivia rodeados de políticos. “Ele é muito bem relacionado e mantinha muitas relações com políticos”, contou uma fonte.

As informações da delação premiada abriram uma crise no Palácio do Planalto. Preocupados com a repercussão das informações no governo e na corrida presidencial, a presidente Dilma Rousseff se reuniu ontem com ministros. Responsável pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), o ministro Thomas Traumann, teria deixado de viajar para o Rio de Janeiro para monitorar os desdobramentos da situação. O jornal O Globo informou que Dilma também se encontrou com o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, no Palácio da Alvorada.
Fonte: em.com.br


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