09 maio 2015

Agentes de combate às endemias enfrentam dificuldades no trabalho


Luana Almeida
Marco Aurélio Martins | Ag. A TARDE

Acesso a locais difíceis fica comprometido pela falta de equipamentos necessários





Há cerca de três anos, um agente de endemias, que preferiu não ser identificado, veste a mesma farda para trabalhar diariamente. O uso da vestimenta por tanto tempo deixou a camisa transparente - originalmente, era da cor branca. As botas, de tão estragadas, foram trocadas pelo par de tênis que usa para malhar.




O fardamento é apenas um dos problemas que servidores do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Salvador enfrentam no dia a dia. A falta de estrutura e de materiais tem feito agentes que atuam há anos na área repensarem a permanência na profissão.
"Nosso empenho é enorme, mas precisamos de melhores condições para continuar executando nosso trabalho", disse.
Conforme o presidente da Associação dos Agentes Comunitários de Endemias de Salvador (Aaces), Enádio Pinto, as dificuldades são comuns aos cerca de quatro mil servidores distribuídos nos 12 distritos sanitários da capital baiana.
Segundo Enádio, a carência de fardamento e crachás para identificação tem interferido na continuidade do trabalho de combate às endemias.
"Não temos condições de entrar em um terreno baldio sem a devida proteção, pois muitos deles são insalubres. Outras vezes, os moradores, com receio, não nos recebem e não temos como nos identificar e tranquilizá-los de que somos, de fato, agentes de endemias", afirmou.
A falta de equipamentos como lanternas, baterias e conexões, indispensáveis para a identificação dos focos de dengue nos imóveis onde não há iluminação, também é uma queixa recorrente entre a categoria.
Em nota, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informou que a distribuição do fardamento aos agentes foi iniciada no final do mês de abril.
"A previsão é que, até junho, os cerca de quatro mil profissionais que atuam em Salvador recebam os materiais. Cada colaborador terá direito a duas camisas, duas calças, uma mochila e um par de botas, semestralmente", diz o texto.
Bota é um dos materiais que precisam de reposição (Foto: Marco Aurélio Martins | Ag. A TARDE)
Sobre os materiais de trabalho, o órgão esclarece que eles existem em estoque, no entanto precisam ser solicitados aos supervisores para que a retirada seja feita no Almoxarifado Central.

Apoio

Os servidores que atuam na área do centro da cidade reclamam, também, das condições precárias no ponto de apoio, que fica no 8º andar do Centro de Atenção Especializada, na rua Carlos Gomes.
No local, cadeiras e mesas estão sucateadas. Além disso, os próprios agentes se responsabilizam pela limpeza do espaço, já que não há manutenção regular.
"Sequer há água para os servidores beberem enquanto planejam as atividades diárias", disse o presidente da associação.
Ainda em nota, a Secretaria Municipal da Saúde também informou que, atualmente, a unidade passa por ampla reforma de requalificação e ampliação.
"Após a intervenção, que deve ser finalizada em agosto, os agentes terão uma sala totalmente equipada e mobiliada para realizar o planejamento estratégico de enfrentamento às endemias na região", completou o órgão.


Fonte :A TARDE

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